Despida de móveis, alcatifa e papel de parede. Apenas as quatro paredes resistem. Uma porta, quando a há, separa a poeira dos tempos.
Não choro quando a vejo despida. Apenas lamento que desse tempo tenha ficado tão pouco a recordar com saudade. Pouco mais que uma caixa-de-correio abandonada onde antigas facturas ainda se pagam.
Hoje preparo-me para erguer uma nova casa. escolher uma familia. Criar novos alicerces... sólidos. Dessa pequena casa que me acolheu aproveito as paredes e a porta (se ainda lá estiver). Talvez leve comigo as antigas facturas a pagar. Porque sei que as pagarei perpetuamente.
A caixa-de-correio espero fechá-la um dia e poder dizer: a minha morada é outra. Tem mais luz e cor. Tem a minha familia. Tudo começará de novo. Um círculo hermético de vida. Mas a minha antiga casinha não me receberá mais, nem ninguém me irá chamar para voltar...
ESTRUTURA - palavra-chave do dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário